Talvez para as pessoas comuns e que vivem racionalmente seguindo os valores e costumes que aprendeu com seus pais, enxergar o mundo moderno e compreendê-lo seja complicado, isso porque, para nós que acreditamos na verdade, sim é sim, não é não, a grama é verde e 2 + 2 são iguais a quatro e nada pode mudar isso. Porém não nasceu ontem essa cultura de relativizar o que é concreto, correto e às vezes escancarado. Para compreender a esse movimento que parece tão moderno precisamos retornar a Grécia cinco séculos antes de Cristo, num período da filosofia chamado de sofismo. Os Sofistas pregavam que a verdade era apenas algo que tinha a capacidade grande de convencer a maioria das pessoas, e dessa forma não existe a verdade em si, porém uma argumentação bem feita. Se alguém conseguir te convencer de algo, esse algo é a verdade. Esse sistema foi e é utilizado desde então para convencer as massas a acreditar em qualquer coisa. Aquele ditado que diz: Uma mentira contada muitas vezes passa a ser uma verdade, nesse caso seria uma mentira contada com argumentos que parecem verídicos se tornam a nova verdade.
O Sofismo ensinou aos mentirosos que viriam no futuro a capacidade de confundir, enganar e transformar os valores da sociedade. Utilizando principalmente de algumas artimanhas: fazer com que o receptor da mensagem não conheça ou não encontre os argumentos, premissas e provas que contrariem a mensagem que se deseja passar, passar credibilidade e destruir a reputação de quem o for contrariar, induzir o receptor a acreditar que o difícil é impossível e tudo que é possível é a realidade, e há mais de outras centenas de maneiras de enganar e passar a sua falsa verdade.
Podemos ver isso sendo utilizado na mídia tanto falada com escrita, sendo utilizado em campanhas politicas, e principalmente em militância politica. Imergidos no mundo digital, a militância se utiliza do relativismo para ignorar os erros de sua ideologia e promover o caos e a destruição dos valores e costumes que construíram a sociedade. Por causa dessa imersão isso está mais claro aos nossos olhos no momento atual, porém dentro das salas de aula e das redações esse mal crescia silenciosamente ao nosso redor e não percebíamos. Chesterton, famoso escritor inglês do século passado foi irônico ao dizer que “chegará o dia que teremos que provar ao mundo que a grama é verde”. Sua ironia se transformou em profecia e hoje temos que provar que grama é grama. Chegamos ao ponto absurdo em que se nega o obvio, e estamos correndo o perigo de chamar tudo de bom ou tudo de mal.
Há um grande perigo em chamar tudo de bom ou tudo de mal, pois a verdade é que existem coisas boas e coisas ruins, e isso independe de ponto de vista, discussão ou argumentação. São fatos. Sabemos que a maconha faz mal, fadiga crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça, irritabilidade, diminuição da coordenação motora, alterações de memória e da concentração, alteração da capacidade visual, alteração do pensamento abstrato. Mas se eu disser que do meu ponto de vista ela é boa, que há boas razões para legaliza-la isso não muda o fato de que ela faz mal. Há um grande perigo em viver a favor do que é conveniente e não do que é real. Imagine que um cientista faz uma pesquisa para comprovar sua tese e ao invés de procurar a verdade procura apenas provar que a sua tese seja verdadeira, colocando em risco muitas pessoas. Há questões que são de opinião e outras que não. Eu posso gostar mais de uma musica do que de outra, mas um músico que estudou e entende do assunto sabe dizer qual musica é boa e qual é mal feita. Não se pode dizer que todas as músicas são boas somente porque há alguém que goste daquele tipo de som, por um respeito à opinião. Tolerar opiniões é diferente de aceitar o ruim como bom e isso ser a verdade.
Mas e as questões mais importantes? Valores, a moral e a ética? Para quem é conservador, valores bons são aqueles que produzem virtudes que mantiveram o homem vivo saudável e forte, mantiveram a comunidade e a sociedade viva, saudável e forte. Essa saúde do homem se remete ao corpo, a mente, a alma, a afetividade e a sua capacidade de viver em sociedade. Já para a sociedade essa saúde se remete à justiça, paz, harmonia, segurança, respeito e desenvolvimento. Platão descreveu as virtudes cardeais em prudência, justiça, fortaleza e temperança. A Bíblia vai falar das virtudes teologais que são fé, esperança e caridade. Tudo isso passou no teste do tempo e se provou bom e proveitoso, e para os conservadores precisam ser o cerne de tudo e de todos. Já para os relativistas progressistas tudo isso é antiquado e ultrapassado. Enquanto para conservadores é o passado que ensina a viver o futuro e nos empurra, para os relativistas progressistas é o futuro ideal que puxa e para ele chegar o que é retrogrado precisa sair de cena. Porém os progressistas sabem que a base da sociedade é uma rocha firme e difícil de ser destruída de uma hora para outra, e com muita paciência, inteligência e mentiras bem contadas os relativistas vão moldando as novas gerações segundo seus pensamentos e para isso se utilizam de narrativas, falácias e disvirtualização da ética. Em contrapartida aos conservadores que sabem que a ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado e se utiliza daquilo que já foi explicado, o relativismo usa da ética quando esta convém. A massa acha feio ser racista, então chame os seus oponentes de racistas para descridibiiza-lo. A massa acha feio não gostar de alguém por causa de sua opção sexual, então chame seu oponente de homofóbico, mesmo que seu maior ícone fuzile homossexuais. Porém se o oponente for homossexual ou negro, está liberado o ofender porque não importa mais essas questões e sim que ele não está do mesmo lado, e quem não está do mesmo lado é vilão e malvado. Um ensinamento do próprio Lenin que dizia: “chame-os do que você é, acuse-os daquilo que você faz’’. Nesse caso também vemos crescer a cultura do cancelamento e do politicamente correto, isso é, uma ética convencional. Não pode dizer isso ou aquilo, porque ofende ou machuca, porém somente quando convém.
O que se precisa compreender é que o relativismo é extremamente perigoso, pois ele molda a verdade segundo a vontade de alguns locutores que quase nunca tem boas vontades, eles reescrevem a história a sua vontade, e ensinam o que é conveniente para sua ideologia e proposito. Tomam o poder e influenciam as massas. Se não há o bom e o ruim, nem bem e nem mal, não se busca o bom e o verdadeiro, se aceita qualquer coisa. Não se procura pelos fundamentos, nem pela razão e conhecimento, cada um acredita no que quiser e é obrigado a aceitar a verdade do outro e o outro a sua. Não se busca a beleza, porque a beleza é imposição e então se rodeia do feio e do depressivo. A inteligência e o dialogo são reduzidos a meras opiniões. As perseguições aos cristãos e aos que desejam viver e propagar a moral será maior, pois é pregado que o que é ensinado por estes grupos são imposições ditatoriais sobre a vida das pessoas que são alienadas. A mera menção religiosa será vista como imposição de um valor. Porém se essa menção religiosa não for cristã não haverá nenhuma reprovação. Afinal de contas os valores cristãos são os principais alvos. Bolsonaro rezar o pai nosso e levar padres, pastores e imagens de Nossa Senhora e da Santa Cruz no Planalto e no Alvorada é visto como absurdo e fere o estado laico, mas o Lula oferecer o palácio a exu não tem problema nenhum. A própria menção de estado laico sendo retorcida em todas as argumentações é um sintoma dessa maldita doença, estado laico é onde se permite todas as religiões, e não onde se obriga a neutralidade.
A nossa própria experiência de humanidade nos ensina que existe uma verdade, se eu tomo veneno ele mata, se eu não bebo água ou não me alimento eu morro. Nietsche disse que a verdade é uma ilusão, é uma enganação que tomamos como valor de verdade e serve para manter nossos corpos adestrados, já que ela é aquilo que trava nossas ações, que pontua nossos julgamentos e que define o que vale à pena ser levado a sério. Porém não é o que vimos na realidade. Uma mulher pode ser chamada de homem, mas ainda é uma mulher. Um cachorro pode ser chamado de gato, mas ainda é cachorro. Posso querer acreditar que tomar veneno não me matará, mas matará. Posso dizer que beber água não é importante, mas seguirá sendo. Eu posso querer que a minha verdade seja a verdade, mas se ela não for o resultado que dará na equação da realidade ela será apenas minha ilusão. A ordem dos fatores não alteram o produto. A verdade é o produto, ou o resultado daquilo que é racional. Por mais que eu queira e consiga convencer o mundo da mentira, a consequência sempre será a verdade. A consequência real não irá mudar, ela acontecerá. E quando queremos acreditar em mentiras, contar mentiras e viver em mentiras a consequência real é catastrófica. Foi para liberdade que fomos libertos e é a verdade que nos libertará!
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