Não há argumento no mundo que sustente qualquer tese racista. Não existe se quer um só motivo para não gostar ou atacar alguém porque a sua pele tem uma cor diferente, seja ela qual for. Preconceito significa conceituar algo antes de analisar. E todo preconceito é burro e problemático. Então, se existe qualquer ideia que um conservador é racista, ou é indiferente com casos de racismo precisa ser derrubada imediatamente. A divisão causada pela escravidão, o preconceito gerado pelo mesmo motivo e a desigualdade gerada pelo fim da escravidão sem haver logo após uma relocação dessas pessoas, em moradias e trabalho são cicatrizes do nosso passado, não há nada de proveitoso nisso e é uma pagina que precisa ser virada. Não esquecida, mas encerrada!
A historia de cada país mostra como a sociedade reage a esse tema. No Brasil colônia, portugueses, índios, negros, e colonos de outros lugares, mesclaram-se e o Brasil é um país de diversas etnias e cores. Já na América, os ingleses não se misturaram aos índios e muito menos aos negros. Isto acarretou que aquele país fosse muito mais racista e visse com maus olhos um casamento entre um negro e um branco, ou branco com descendente de indígenas. No Brasil, a coroa aboliu a escravidão e colocou em cheque o seu poder, enfrentando os poderosos senhores de engenho que tinham sua renda graças ao trabalho escravo. Com o golpe republicano não houve tempo para que os projetos de recolocação do povo que era escravo tivesse uma continuidade e os presidentes não fizeram nada a esse respeito, o que ocasionou uma grande população negra em situação de pobreza. Na América, apesar de desejarem abolir a escravidão já na época em que se escrevia a constituição, não foi feito pois os estados sulistas eram dependentes do trabalho escravo nas suas plantações de algodão e isso fez com que mais um século de escravidão ocorresse. Quando Lincoln foi eleito, sabendo que ele era um abolicionista, os estados do sul quiseram se separar o que gerou a guerra civil ou guerra de secessão. Depois de quatro anos, Lincoln conseguiu abolir a escravidão. Mas os negros foram separados, apesar de livres, não podiam frequentar os mesmos lugares e nem os mesmo banheiros, o que fez aflorar ainda mais a sensação de diferença e ódio racial. Não estou falando de séculos no passado, isso faz 50 a 60 anos.
O Brasil é um país miscigenado, isso é cultura e faz parte da formação do povo brasileiro. E é obvio que no Brasil existem racistas, mas será que o Brasil é racista? O que é ser racista? E porque a esquerda assumiu essa bandeira como pauta a ser defendida somente e exclusivamente por ela? Racista é todo aquele que menospreza, despreza, ofende, maltrata, ignora, ou não tem respeito por outra pessoa simplesmente pela cor da sua pele. Qualquer outra aspecto que for adicionado é tentativa de taxar alguém. O racismo surgiu principalmente por causa da escravidão de pessoas oriundas da África. Mas a escravidão já existe a muito mais tempo do que isso. A condição de escravo foi o resultado de ser derrotado em uma guerra e perder a liberdade, nascer de uma escrava, ou não conseguir pagar dívidas. Até mesmo pais vendiam seus filhos por falta de condições econômicas. A escravidão colonial brasileira e americana não é racial, mas se torna racial no século XIX, quando surgem as teses eugenistas. Afinal, os escravos eram associados com os africanos e seus descendentes. O fato concreto de que a maioria dos escravos brasileiros veio da África fez com que o fato de ser africano se relacionasse com o fato de ser escravo. Esta é uma relação acidental. Ser africano não foi a justificativa para ser escravo. Era uma circunstância. Somente no século XIX é que começaram a surgir justificativas para a evolução humana. Isto é alheio à explicação da escravidão no Brasil. Os portugueses do século XVII acreditavam que todos os seres humanos tinham nascido de um mesmo casal, Adão e Eva. Então toda tese de divida histórica de brancos com negros não faz sentido. Havia escravos brancos, havia negros que tinham escravos, havia escravos que conseguiam ter escravos e pagavam as suas alforrias com os seus escravos. E houve a lenda do Zumbi dos Palmares, que também tinha escravos. O cristianismo foi um dos principais motivos para a escravidão diminuir na Europa. Os cristãos não se escravizavam em batalhas, mas os maometanos continuavam a escravizar os cristãos, e os africanos também continuaram a escravizar outros africanos ao os vencerem em batalhas. Durante a idade media a filosofia que regia a vida nas ordens monásticas também regia a vida do povo em geral, ORAT ET LABORAT, ou seja, trabalha e reza. O trabalho braçal era visto com a mesma dignidade do trabalho intelectual. No período do renascimento, que é um período progressista que leva ao renascimento do paganismo e a exclusão da importância da religião, renasce também a visão eugenista, a visão da superioridade do trabalho intelectual ao braçal, e a escravidão como um meio natural do homem se sobressair sobre o seu adversário inferior a ele. Esse movimento tão aclamado pelos progressistas foi o que na verdade acabou gerando ainda mais racismo. Já no Brasil a Igreja Católica até o fim do Império teve seu papel no tratamento de igualdade para com os escravos. Era obrigatório que os senhores batizassem as crianças até os 10 anos. Após essa idade havia um mover do clero para catequisar e convencer o adolescente a se batizar, mas jamais o foi forçado, porem a lei obrigava os senhores a os permitirem os sacramentos da igreja. Igreja essa que já se havia posicionado contraria a qualquer tipo de escravidão desde antes do Brasil ser encontrado. Em 13 de janeiro de 1435, através da Bula Sicut Dudum, o primeiro documento que trata explicitamente da questão, o Papa Eugénio IV mandou restituir à liberdade os escravos das Ilhas Canárias. Em 1462, o Papa Pio II (1458-1464) deu instruções aos Bispos contra o tráfico negreiro que se iniciava, proveniente da Etiópia. Por sua vez, o Papa Leão X (1513-1521) despachou documentos no mesmo sentido para os reinos de Portugal e da Espanha. Nos séculos seguintes, contra a escravidão e o tráfico se pronunciam também os papas Gregório XIV (1590-1591), por meio da Bula Cum Sicuti (1591), Urbano VIII (1623-1644), na Bula Commissum Nobis (1639) e Bento XIV (1740-1758) na Bula Immensa Pastorum (1741). No século XIX, no mesmo sentido se pronunciou o Papa Gregório XVI (1831-1846) ao publicar a Bula In Supremo Apostolatus (1839). Em 1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis, dirigida aos Bispos do Brasil, pediu que apoiassem a abolição da escravidão no País. O Brasil por ser majoritariamente católico até então e já existir uma grande miscigenação tendeu a ser um país menos racista do que os Estado Unidos que sempre foi uma republica (Isto significa que as bulas papais jamais passaram pela mão de um monarca para ser aplicada) e é um país colonizado por protestantes (que não tem uma visão unificada sobre o tema até a época).
A Esquerda prega nos Estados Unidos que lá existe um racismo estrutural, e é bem possível que exista, porém o Brasil não pode simplesmente pegar um pauta de outro país e pintar de verde e amarelo sem levar em conta a história e cultura que temos. A esquerda daqui também prega que o Brasil é um país majoritariamente racista, sendo que os negros sempre empreenderam papeis importantes na nossa história, cultura, politica, e fazem parte de todo tecido social. E como chegaram lá? Por competência e por serem igualmente capazes de qualquer coisa que uma pessoa de outra cor é capaz. A esquerda tomou essa bandeira para si, porque faz parte do seu estatuto dizer para uma classe, que ela é minoria. (O que é metira, sendo que 56% da população Brasileira é negra segundo o IBGE) que ela é oprimida, que ela não tem oportunidades por causa da outra classe que é opressora e não permite que ela prospere. Pois a divisão e a guerra de classes é seu modus operandi. Obviamente essa guerra de classes não acaba com o racismo, mas faz com que negros odeiem os brancos, e em consequência disso afasta ainda mais o fim do racismo e adia o sonho do Senhor Martin Luther King Jr. de ver brancos e negros juntos.
Por esses motivos que um conservador não apoia pautas que sejam causas de divisão de classes. Um conservador vê somente a classe humana, é daltônico quanto a pele. Mas não indiferente quanto ao sofrimento do irmão. Há pobreza entre os negros? Sim. Mas há pobreza entre todos, então o problema é a pobreza e não a raça. Há muitos negros presos, sim. Mas também há brancos, então o problema é segurança, educação e oportunidade e não a raça; Assim um conservador vê o problema. Seres humanos que sofrem, pois todos são importantes. Um conservador não sai apoiando tudo que vê e que a mídia diz que é um gesto bonito de solidariedade, pois muitos deles não são bonitos e são gestos revolucionários e até comunistas. Com a ascensão do movimento BLACK LIVES MATTER, após a morte de George Floyd (que era um criminoso com uma extensa ficha criminal, dentre elas ameaçou com uma arma apontada a barriga de uma mulher gravida. E morreu em ocorrência de uma overdose que fez com que seus pulmões ficassem três vezes maiores do que o normal. O que não legitima qualquer excesso da policia, mas que não foi noticiado exatamente para gerar esse movimento gigantesco) o gesto do punho cerrado voltou à cena no mundo e vimos principalmente entre os atletas antes das partidas de futebol. O punho em riste foi usado primeiro por comunistas e antifascistas. Ele foi adotado mais tarde como a saudação do Partido Comunista Alemão. Em resposta, o Partido Nacional Socialista adotou a famosa saudação romana com a mão aberta. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a condenação total do Fascismo, o gesto com a mão fechada passou a ser usado como uma oposição ao totalitarismo. Mesmo sendo usado como oposição à doutrina de Mussolini e Hitler, a origem do punho fechado está ancorada em um regime que também foi violento. O comunismo deixou o maior rastro de mortes da história mundial. Apesar disso, punho fechado se popularizou entre os membros da esquerda americana. Foi utilizado por diversos movimentos nos anos 60 e 70. Um exemplo icônico é visto nos atletas Tommie Smith and John Carlos. Ambos levantaram a mão nas Olimpíadas de 1968, representando apoio aos Black Panthers. Não é um gesto ou uma hashtag que vai solucionar o problema. Como vimos, as campanhas para o fim do racismo no futebol são imensas, e mesmo assim toda semana vemos jogadores sendo vitimas de ofensas por causa da cor da sua pele. O caso mais recorrente tem sido com o jogador Brasileiro Vinicius Junior, que levou a revolta total da população brasileira, que o trata como xodó como é dito no meio do futebol. Não foi somente aquele hashtag de lacração para aparentar ser bonzinho, foi um sentimento de sede de justiça. Porque não é humano, não é bonito, não há nenhuma virtude ou nada que se possa aproveitar em ver um estádio inteiro cheio de ódio de uma pessoa que estava ali somente trabalhando e fazendo o que sempre sonhou fazer.
Conservadores pregam antes de tudo a virtude, e as três virtudes teologais são: O amor, a esperança e a fé. A Esperança nos leva a sempre acreditar que é possível e chegará o dia da derrota do mal, a fé faz crer que o bem existe, e o Amor é não ser indiferente com a dor do outro, é querer que a dor do outro passe, é se colocar no lugar do outro, é sofrer com ele. Um conservador, pode ser branco ou negro, quer conservar antes de tudo o amor entre os irmãos, pois é a virtude infalível, mesmo que os outros preguem que o amor venceu através de suas bandeiras intolerantes, nós acreditamos que o Amor venceu quando morreu numa cruz por toda humanidade sem distinguir jamais nenhum dos que seriam salvos. Alguém que se diz cristão ou conservador e que não crê nisso, é conservador de faixada. O racismo precisa acabar, e só se acaba com o mal com um bem, diferente da esquerda que joga veneno na ferida, precisamos prezar pelo respeito, dignidade, justiça e viver as virtudes. Porque falar é fácil de mais.
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